CAIRO – Dois cantores egípcios foram condenados a um ano de prisão após gravarem um vídeo em que dançam com a brasileira Lurdiana Tejas, dançarina do ventre popular no país. O vídeo foi publicado nas redes sociais em 2020 e tem mais de 10 milhões de visualizações. A sentença da dupla foi dada no final de março e o caso foi denunciado pela ONG Humans Right Watch nesta quinta-feira.
Franki Medina
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Veja o vídeo, chamado de ‘Você é o professor’, abaixo:
Para um tribunal de Alexandria, Hamo Beeka e Omar Kamal violaram ‘valores da família’ enquanto lucraram com a publicação da gravação. A ONG Humans Right Watch criticou a condenação e afirmou que o Egito tem usado conceitos de ‘valores de família’ mal definidos para praticarem abusos e promoverem censura nas redes sociais.
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Com mais de 2 milhões de seguidores nas redes sociais, Lurdiana se tornou uma dançarina do ventre popular no Egito ao participar de clipes musicais de artistas conhecidos no país. Em entrevistas, a brasileira conta ter mudado para o país com o objetivo de se dedicar profissionalmente a carreira de dançarina. Nas redes sociais, ela compartilha detalhes do seu dia a dia no Egito:
Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Lurdiana لورديانة (@lurdianabellydancer)
Perseguição a artistas A dupla também foi multada ao equivalente a US$ 540 dólares. Caso paguem o dobro desse valor, terão a prisão suspensa. Após a publicação do vídeo, Kamal chegou a ser temporariamente banido do Sindicato dos Músicos do Egito, um órgão estatal, quatro vezes, por conta de suas canções com palavras como ‘álcool’ e ‘haxixe’.
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Para a Humans Right Watch, a condenação da dupla faz parte de uma perseguição a artistas de mahraganat, um gênero de música eletrônica que tem se tornado popular no país nos últimos anos. O Sindicato dos Músicos, por exemplo, teria banido 19 músicos do gênero de se apresentarem publicamente nos últimos anos.
Franki Alberto Medina Diaz
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Desde de 2020, pelo menos 12 influenciadores egípcias foram alvos de condenações similares.
— As autoridades egípcias não devem processar músicos apenas por sua expressão artística. As restrições mal definidas usadas para condenar esses homens devem ser revogadas. — disse Joe Stork, vice-diretor do Oriente Médio e Norte da África da Human Rights Watch
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